Camp Jabulani! Emocionante! Assim descrevo essa experiência que vivi na África do Sul, no Kapama, e que encheu meu coração de alegria, meus olhos de lágrimas e minha vida de um sentimento que eu anteriormente desconhecia em relação aos animais. Inesquecível!!! Vem comigo!
Visitar a África do Sul era um sonho antigo e mais uma daquelas viagens que sempre adiávamos. Motivo: o país tem tanto a oferecer que sempre esperávamos uma oportunidade que nos permitisse ficar mais tempo por lá.

Essa “inércia” mudou no dia que descobri o Camp Jabulani! Achei por acaso em uma pesquisa boba de internet e acabei passando horas lendo o blog do hotel e literalmente pirando nos vídeos e fotos. Era a experiência com animais e principalmente com elefantes mais maravilhosa do cosmo!!!

A excitação foi tamanha que eu sonhei com o Camp, gente! Acordei rebelde no dia seguinte e dei um ultimato no Andy: eu iria passar meu aniversário no Camp Jabulani e se ele não fosse comigo, eu iria sozinha mesmo, ou com quem topasse, o que não seria difícil de achar. Hahaha! Como ele não tem absolutamente nada de bobo, bateu o olho no site, olhou pra mim e disse: “Vamos! Só se for agora!” Fiquei com aquela cara de “eu já sabia” porque ele foi uma criança que colecionou elefantes! O bday era meu mas a viagem era até mais a cara dele. Inicialmente, né?!

Digo inicialmente porque essa foi uma daquelas experiências transformadoras. Aprendemos, enriquecemos, descobrimos, nos surpreendemos e me flagrei vivendo emoções que nem imaginava em um universo totalmente novo para mim.

Sempre gostei de animais mas nunca tive um contato próximo. Já visitei zoológicos com a escola quando criança mas a verdade é que esses locais me causavam extrema ansiedade pois mesmo pequena eu entendia que aquilo ali, os bichos enjaulados, não poderia ser normal. E assim que cresci um pouquinho e passei a ter discernimento, nunca mais pisei em um zoo, nem em atrações com golfinhos, elefantes e etc. Abomino!

Enfim, eu estava mesmo a espera do meu primeiro safari para esse encontro. E não poderia ter sido mais especial!
CAMP JABULANI
O Camp Jabulani é um chalé clássico e elegantérrimo, membro da prestigiada cadeia Relais & Chateau, para deixar qualquer um com o queixo caído!

Tudo me impressionou no Camp: as intalações, as experiências, o serviço… mas principalmente a privacidade e exclusividade, marcas registradas da nossa estadia do começo ao fim.

São apenas 6 suítes e uma villa maior que abriga uma família ou grupo de amigos. O conceito é “full experience“, ou seja, o valor é fechado e todas as experiências estão inclusas, assim como café da manhã, jantar, almoço ou qualquer pedido extra. Ah! Todas as bebidas – não alcoólicas e alcoólicas – também estão inclusas.

O chalé principal fica à beira de um rio cujo fluxo é sazonal e também à beira de um lago que serve como refúgio para vários animais selvagens da reserva. Durante os cinco dias que passamos no lodge recebemos a visita de diversos animais, um mais lindo que o outro: búfalo, girafa, rino, hipopótamo, javali, veados… e ainda devo estar esquecendo algum.

O interior das áreas comuns e das suítes inclui texturas que fazem alusão à África e sua vida selvagem, bastante madeira e paredes de lama e mato ressecado prensado. O show fica por conta dos detalhes, minimamente calculados e que nos fazem sentir como se estivéssemos em uma casa. Até porque esqueça o vai-e-vem de hóspedes – isso não rola no ambiente exclusivo do Jabulani!

Meu lugar favorito para todas as refeições ou uma boa taça de vinho era o deck, sob as árvores, com vista total para o lago onde três mesas estão dispostas uma bem distante da outra. Definição perfeita de café/almoço/jantar com vista. E que vista!!! Que vista!!!

Logo ao lado do deck está o chalé principal e a boutique. Para irmos para nossa suíte precisávamos cruzar uma ponte e caminhar pela savana – o que só pode ser feito na companhia do nosso “ranger” (guia), que está devidamente preparado para qualquer tipo de imprevisto e possui uma lanterna poderosíssima. Hahaha! Confesso que no primeiro dia deu medinho mas depois já me acostumei porque estava me achando “A” íntima dos animais. Haha!

Aliás, essa é uma regra clara no Jabulani: a área que podemos circular se resume à nossa suíte, à sede, boutique e deck. Lógico que estivemos em outras áreas, mas isso só pode ser feito na companhia do seu ranger, que te acompanha do começo ao fim da viagem, sempre o mesmo. Eu estava louca para tirar fotos de ângulos diferentes e quero agradecer aqui o melhor ranger do mundo pela paciência e por ter nos ensinado tanto, por ter me levado aos cantos da foto perfeita, da luz imbatível, sem desistir – Valeu, Dean!!! Você foi MUITO brother!


LOCALIZAÇÃO
No Kapama, uma reserva privada e adjacente ao Kruger Park, em Hoedspruit.

Confesso que não fiquei na dúvida entre visitar o Kruger ou o Kapama pois me interessei pelo lodge, pelo encontro íntimo com os elefantes.

Porém, fica aqui a dica breve para quem estiver em dúvida: eu gostaria (se tivesse tempo) de ter visitado os dois. A diferença principal é que o Kruger é aberto ao público – às vezes rola até trânsito por lá – e maior. Consequentemente, existem mais animais e em grupos maiores.

Já no Kapama, que é privado, os encontros são normalmente mais próximos e só rola explorar com guia.

Vejo vantagens e desvantagens nos dois casos mas definitivamente eu não visitaria nenhum sem a companhia de um bom ranger – encontrar e observar animais selvagens é uma tarefa difícil que envolve os mais diversos tipos de conhecimento. Um ranger inexperiente ou a tentativa de fazer sozinho pode arruinar a viagem. Não acho que vale o risco. Já estamos na África do Sul, né?! Bora fazer direito!

SUÍTES E VILLA
Pensa em um sonho. Então! É isso aí mesmo! Hahaha!

Já mencionei acima que são apenas 6 suítes e uma villa mais espaçosa para grupos maiores, a Villa Zindoga, que eu infelizmente não conheci mas “nunca te vi sempre te amei”.

Todas as suítes são ultra espaçosas e contam com lounge, lareira, banheira, ducha com vista para a mata, cama king com lençóis 1000 fios e deck com piscina de borda infinita, lounges e área de relax. Os amenities são L’Occitane e respostos abundantemente.

De brinde, vem sempre um animal – recebemos a visita de macacos, veados e dois javalis logo pela manhã. Pensa numa felicidade! As portas devem estar sempre fechadas e os hóspedes são instruídos a não dormir do lado de fora, nas espreguiçadeiras, em hipótese alguma.

Me encantou a atenção aos detalhes. Todos os dias, ao retornarmos das atividades, encontramos as toalhas dobradas em forma de elefante e – socorro, que fofura! – folhas de árvores recortadas em formato de elefante. Isso sem falar nas notas escritas à mão, com explicações sobre os animais.

Preciso ressaltar que ameeeeei me hospedar no meio da savana. Da nossa suíte só tínhamos vista para a mata, animais e o leito do rio… nenhum sinal de presença humana, nenhum barulho que não fosse o da natureza. Nem sei onde ficava a suíte mais próxima para falar a verdade, porque não a avistamos.

Ôoooo saudades das nossas tardes na piscina!

COMER
Impecável. Todos os dias, no café da manhã, almoço e jantar, o Chef do Camp prepara três opções de menus degustação, compostos por quatro ou cinco pratos. São menus super elaborados (incluem lagosta, caças exóticas e caviar) e que são harmonizados com vinho sul africano pelo sommelier.

Para quem tem restrições alimentares, sem preocupação pois também podemos pedir à la carte. Até queríamos provar essa opção algum dia mas os menus eram sempre tão convidativos que não o fizemos.

As refeições são servidas onde o hóspede desejar (suíte, lodge principal, decks, etc). Nós sempre escolhíamos o deck porque é imbatível. Onde mais rola almoçar observando uma girafa selvagem bebendo água a poucos metros de você?

Além do menu sofisticado e saboroso, os talheres são de prata, copos Iittala, taças de cristal, guardanapos de linho e tudo mais que esperamos encontrar em restaurantes estrelados pelo mundo. Um show à parte!

No dia do meu aniversário, o time do Jabulani organizou uma surpresa pra mim – um suuuuuper jantar a luz de velas na adega caprichada do Camp. Além do menu divino, ganhei um bolo com velinhas e todos cantando parabéns – o gerente, o time de mkt, nosso ranger, o sommelier… foi literalmente uma festa!


GAME DRIVE
Os safaris são chamados de game drive e são a atividade principal do lodge, como não poderia deixar de ser. Fizemos todos os dias – de manhãzinha, de madrugada, à tarde, na calada da noite… toda hora era hora.

As experiências são imaginadas individualmente, para cada hóspede. Decidimos deixar acontecer de forma mais espontânea, dependendo do tempo, vento e principalmente de onde estavam os bichos. Os rangers se comunicam o tempo todo e trocam informações sobre a localização dos animais e das pegadas – munido dessas informações, Dean montava nosso roteiro do dia. E chegou a acontecer de tudo mudar de repente e sairmos correndo para ver uma manada de búfalos ou um leão. Pura adrenalina!

Por isso um ranger bom e experiente é tão importante! Primeiro para a nossa segurança mas também para aproveitarmos ao máximo a oportunidade de estarmos ali naquele santuário. O profissional precisa entender a mata, os bichos, seguir pegadas, se aproximar dos animais sem nos colocar em risco. E isso tudo sem contar que avistar uma manada de elefantes e contar com explicação detalhada ao vivo não tem preço!

No Camp Jabulani os safaris são exclusivos. Ou seja, nós tínhamos nosso ranger e nosso jipe no estilo “tudo meu”! Aeeee! Tivemos a sorte de conhecer o Dean, que já nos aguardava no aeroporto rústico do local e que ao avistar minha bolsa com lentes já avisou para deixá-las à postos. Pois é, além de termos o ranger que mais entende de bichos, ele ainda é fotógrafo. E ele estava certo, no caminho para o lodge, já encontramos um grupo de umas 10 girafas bebendo água no rio. Mágico!

O que me conquistou logo de cara no Camp Jabulani foram os elefantes, mas acreditem se quiser, nós vimos os Big Five – TODOS – já no primeiro dia!!!

Os Big Five são os animais africanos considerados os mais difíceis de serem caçados pelo homem – leão, búfalo, rinoceronte, elefante e leopardo. Se você viu todos você meio que “fechou war”. Hahaha!

O que mais me marcou no primeiro dia foi definitivamente o último encontro (que você pode ver nos “Highlights” do meu Instagram). Vimos um leopardo se alimentando na madrugada, lá pela 1:00 da manhã. Tinha acabado de caçar.

JABULANI E SUA MANADA
Jabulani foi resgatado aos três meses de idade, após atolar na lama e ser abandonado pela mãe. Enviado ao centro de preservação de espécies ameaçadas, o elefantinho iniciou uma nova era no Kapama.

Foram várias tentativas de reintegrar Jabulani à vida selvagem. Todas em vão. E assim, por obra do destino, Jabulani ganhou uma família que veio de longe – elefantes orfãos (utilizados para entretenimento) ameaçados devido à instabilidade política no Zimbabue.

Surgiu então a manada de Jabulani, que pode ser observada em liberdade, tomando longos banhos pelos rios do Kapama e expulsando qualquer animal que ouse tentar juntar-se a eles. Que farra esse banho, gente! Um joga água no outro, os machos jovens “lutam” entre si sem parar para demarcar território, eles jogam troncos de árvore para cima… uma cena que eu nunca nem imaginei ver na vida. Parecem crianças brincando.

Dean nos explicou que a manada surpreendentemente se encaixou quase que perfeitamente. Cada elefante tem sua função no grupo.

EXPERIÊNCIAS
– Encontro com a manada de Jabulani
Além de observar-los bem de perto durante o banho, que foi épico e repetimos duas vezes, a experiência de proximidade com esses gigantes foi ainda mais intensa quando tivemos a oportunidade de alimentar um elefante na natureza, sentir a textura da pele, da tromba e ver de perto aquele olhinho lindo.

Porém, o momento mais incrível dessa experiência foi quando um dos elefantes mais velhos, que não gostou da nossa presença, se escondeu atrás de uma árvore (juro!!!) e de repente surgiu do além “berrando” e perseguindo nosso carro. Hahahahahaha! Amei tanto! Já ví esse vídeo (que está no Instagram) umas oitocentas vezes. Não nos assustamos pois o Dean o viu tramando tudo e nos avisou que isso provavelmente aconteceria. Especial demais!!!

– Pôr do sol no lago
Talvez essa tenha sido a minha favorita!!! Fomos convidados, junto a outros dois casais, para ver o pôr do sol em um ponto estratégico com drinks a petiscos. Tudo montado, aquele visual… alguns rinos se aproximaram para beber água e fomos à loucura com aquele momento, que realmente era lindo.


Porém, mal sabíamos que o melhor ainda estava por vir – quando o sol já estava prestes a desaparecer, avistamos Jabulani e sua manada cruzando a mata. Sombra refletida na água, cheiro de natureza e silêncio de respeito e admiração. Foi nessa hora que eu fiquei toda confusa porque não sabia se filmava, se fotografava, se chorava. Fiz três ou quatro fotos, desisti da câmera e decidi guardar aquilo na memória.


– Café da manhã
Os cafés da manhã do hotel eram incríveis. Mas eu amava os dias que saíamos bem cedo, quando ainda estava escuro, para procurar bichos e depois parávamos à beira de algum lago ou rio para tomar café da manhã. E não pense que era nada improvisado, não. Tudo super caprichado e gostoso.

– HESC
O Hoedspruit Endangered Species Centre (HESC), abrigo para espécies em extinção que recebeu Jabulani quando de seu resgate, é parada obrigatória.

É um centro de proteção animal e centro de pesquisa criado por Lente Roode respeitadíssimo no mundo.

Não foi das atividades mais agitadas, admito, mas foi extremamente enriquecedora. Dean passou mais de 5 horas (pois assim quisemos) nos explicando sobre a maioria dos animais que ali buscava refugio, sobre seu habitat, alimentação, etc.
– Drinks
Tem coisa melhor que beber uns bons drinks no meio da savana? Tivemos a oportunidade de fazer isso algumas vezes, no pôr do sol.

SPA
Um Spa no meio da mata. Só imagina!

Fizemos a massagem signature para casais e as fotos dizem mais que mil palavras. Nada de música, só o som da natureza. Estávamos rodeados por pássaros e vegetação, uma temperatura agradável e terapeutas experientes. Espetacular!!!

QUANDO IR
O ano todo. Fomos em novembro, que é considerado alta estação e as temperaturas eram amenas, gostoso. É o início da primavera e uma ótima época para visitar a África do Sul.

COMO CHEGAR
Voar até o aeroporto micro e rústico de Hoedspruit, geralmente via Johannesburgo ou Cidade do Cabo. Lá, seu ranger o aguardará já de jipe e pode esperar animais pelo caminho – cameras em mãos!

Nós voamos de Zurique pra Jo’burg e depois para Hoedspruit.
Foi mágico! Nada que eu escreva aqui será o suficiente para descrever o que ficou no coração! Vale à pena seguir o Camp Jabulani no Instagram.

Espero que continuem viajando comigo pelo @marineira.
*Santé!